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De Facebook para Meta — 20 anos sem privacidade [Atualizado 10x]

Este post é o agrupamento de anos de polêmicas e escândalos do Facebook, agora Meta, que corroboram a minha incansável luta pela conscientização das pessoas. Se todos tiverem consciência do quão ruim é entregar seus dados à Meta, ela pediria desculpas e fecharia as portas.

Este é um conteúdo que venho procrastinando há pelo menos 2 anos, pois sei que virão mais escândalos de privacidade, porém, está na hora de informá-los e depois eu é só atualizar esta matéria.

Começando do Começo

Talvez você não se lembre, mas o Facebook nasceu em 2003, nos Estados Unidos. Em 2005, expandiu-se para o Reino Unido, e só em 2010 abriu para o mundo todo.

E já em sua grande estréia, as primeiras polêmicas de privacidade:

2011

No ano seguinte, o Facebook tenta minimizar o estrago e lança em Agosto os controles de privacidade, assim, “ninguém mais poderá dizer que os usuários não tem controle sobre a privacidade deles”. E, logo em seguida, libera a versão desse ‘controle de privacidade’ em português.

Antes de encerrar o ano, o Facebook anuncia que está prestes a fechar um acordo com o FTC sobre a privacidade:

Onavo

Grave esse nome, falaremos sobre ele mais adiante. Em Abril de 2011, surge a VPN Onavo. A proposta era economizar dados e aumentar a velocidade da internet, quem não quer, né?

2012

O Facebook começa o ano com mais uma polêmica. Provavelmente por ver que não concede a privacidade aos seus usuários, o Facebook troca o nome “Política de Privacidade” para Política de uso de dados. Neste mesmo momento, começa a transferência dos seus dados com terceiros (ou “parceiros”). Este é o momento em que os “Apps para o Facebook” (que coletam seus dados e fazem o que quiserem) começam a aparecer.

No meio do ano, em Junho, surge um site que concentra dados compartilhados pelos próprios usuários da plataforma. Isto é, os usuários compartilhando sua privacidade ao público, um hype que pagamos o preço até hoje. Não à toa, tenho falado consistentemente sobre Engenharia Social.

Pra fechar o ano, o Facebook lança novas ferramentas para o usuário controlar a própria privacidade, escolhendo quem você permite que visualize suas postagens, enquanto eles visualizam todas e compartilham e vendem todas, sem que o usuário saiba e/ou permita.

Onavo

Neste ano, a Onavo segue existente e, aparentemente sem problemas. Ela ganha uma boa repaginada em sua página “sobre a empresa”. Os posts são do Web Archive, pois a Onavo não existe mais.

Em Agosto de 2011, a Onavo havia criado um monitorador de trafego de dados para que o usuário tivesse controle do consumo de dados, entregando, em tempo real, a quantidade de uso de dados.

Onavo is a privately held company backed by Magma Venture Partners, Sequoia Capital, Horizons Ventures and Motorola Mobility Ventures.

Onavo

Ahh, quase me esqueci, neste mesmo ano o Facebook comprou o Instagram por 1 bilhão de dólares.

2013

Em 2013, tivemos um limbo do Facebook? 1 Ano inteiro de paz? Pois é, não encontrei nenhum conteúdo relevante sobre privacidade e Facebook em 2013, entretanto, há algo para salientar sobre a Onavo.

Onavo

Em Agosto de 2013, a Onavo ganha um novo investidor, um outro velho ladrão de dados que todos conhecemos, Google.

Onavo is a privately-held company based in Menlo Park, CA with backing from Sequoia Capital, Google, Magma Venture Partners and Horizons Ventures.

Entretanto, parece que a parceria cobiçou os olhos do Facebook, levando a empresa a ser comprada pelo Facebook em Dezembro de 2013.

2014

Após a compra da Onavo VPN, o Facebook realiza a aquisição do WhatsApp. Por 19 bilhões de dólares e mais ações, totalizando 22 bilhões, a empresa foi vendida ao Facebook (o que trouxe arrependimento dos que optaram por vendê-lo, atualmente). As condições de venda, segundo, Neeraj Arora, Chefe de negócios do WhatsApp na época, eram claras:

  • No mining user data (Sem mineração de dados do usuário)
  • No ads (ever) (Sem anúncios, nunca)
  • No cross-platform tracking (Sem rastreamento cruzado entre plataformas)

Sabemos que o Facebook, hoje, em 2022, não segue muito bem o que foi combinado lá atrás, mas vamos adiante.

2015 e 2016

Foi difícil achar polêmicas ou escândalos, mas parece que tudo estava sendo feito na “surdina” o que veio à tona posteriormente, demonstrando tudo o que foi feito nesses 2 anos de silêncio.

Marcos importantes em 2016:

  • O Regulamento Geral de Proteção de Dados na Europa (RGPD)
  • Donald Trump foi eleito presidente dos EUA (sim, independente de seu viés político, foi um marco importe nessa jornada e você entenderá o porquê abaixo)

2017

Descobrimos então a razão da compra da Onavo VPN, espionagem. Sabemos que pra uma VPN ser segura, depende de quem está do outro lado, quem está nos fornecendo o serviço. Enquanto era apenas Onavo, parecia ser Ok, quando passou a ser Onavo “by Facebook“, deveríamos ter desconfiado. A grande questão é que a compra da Onavo não foi publicizada, só descobrimos isso depois.

Com a análise dos dados dos usuários que utilizavam a Onavo, foi possível identificar que a maioria passava seu tempo utilizando o WhatsApp e Snapchat. Com isso, nada mais justo que comprar estas empresas e ser o detentor de todo tipo de tráfego de dados dos usuários do mundo.

Ocorre que, a Snap (empresa-mãe do app Snapchat), não se vendeu ao Facebook e isso o levou a copiar, se não todos, a maioria dos recursos do Snapchat para o Instagram, o que foi um sucesso violento, levando o Instagram a ter 250 milhões de usuários ativos contra ~175 milhões de usuários ativos no Snapchat.

2018

Esse é o ano da derrocada, muita coisa começa a ser exposta do Facebook a partir deste ano, como se tudo o que já fora exposto não bastasse, a sujeira é ainda maior. Digamos que até 2017, estávamos na beira da praia e agora começamos a submergir no oceano.

Fevereiro

Começa a campanha de informação de riscos ao usar o Facebook e seus serviços

Março

As mídias mais isentas passam a informar a confusão que é a área de Privacidade no Facebook, inclusive configurações que não servem pra nada

Um tweet que gerou um movimento

#deletefacebook Link para o tweet

Abril

Você lembra que, mais acima, eu disse que 2015 e 2016 foram anos silenciosos? E que um dos marcos importantes foi a eleição de Donald Trump? Pois bem… quando tudo está muito quieto, desconfiamos que algo está rolando, e foi exatamente isso que acontecia naquele período.

Descobrimos apenas em 2018 o Escândalo Cambridge Analytica! (leia isso com a música Carmina Burana. Pra facilitar link no Youtube.

Este escândalo passou a demonstrar mais e mais como o facebook coleta, transfere, compartilha, vende, e também não sabe o que faz com todos os dados que coleta sobre você, isto é, dados que você nem sempre quer compartilhar.

Toda vez que o Facebook se envolve em uma polêmica — repassar seus dados para serem vendidos a terceiros, ser prejudicial a democracias, manipular suas emoções etc. — os usuários se movimentam para apagar a conta ou, no mínimo, ajustar as configurações de privacidade. Eis que ele tenta se movimentar para minimizar o estrago.

Maio

Antes mesmo de chegarmos no meio do ano, o CEO do WhatsApp, Jan Koum, deixa o Facebook e alega incompatibilidade de direção, pois o Facebook queria cada vez mais dados sobre os usuários para direcionamento de anúncios. Vale lembrar, que mais acima, eu comentei as 3 exigências que foram feitas para conclusão da venda do WhatsApp, e parece que já não eram seguidas há anos, ao passo de se tornar insustentável a permanência na direção do App.

Já o co-fundador do WhatsApp, Brian Acton, une-se ao movimento no Twitter chamado #DeleteFacebook. As massas começam a se movimentar.

Setembro

3 meses de fôlego e bora para mais uma polêmica. Agora, os co-fundadores do Instagram, Kevin Systrom e Mike Krieger, alegam aumento da intromissão de Mark Zuckerberg no futuro do app, uma vez que o Facebook está cada vez mais dependente do serviço para seu futuro.

Em uma exclusiva para a Forbes, Brian Acton (co-fundador do WhatsApp) conta toda a história interna do #DeleteFacebook e por que deixou 850 milhões de dólares pra trás.

Dezembro

Ufa, fim do ano… e que ano ein. 2018… não foi fácil. Mas não dá pra terminar o ano sem aquela cerejinha no bolo. Em jogadas de marketing, o Facebook, em maio, havia informado um novo recurso de privacidade (mais um), mas já é Dezembro e nada (mais uns meses aí de coleta de dados).

2019

Fevereiro

Dizem as más línguas que o Brasil só começa a trabalhar depois do carnaval, pois uma investigação revelou, logo em fevereiro, assim ninguém poderia deixar passar, que o Facebook usou a Onavo VPN para espionar seus usuários (previsível, não?)

E com base em mais esta polêmica, o facebook decide encerrar as atividades da Onavo. Foram 9 anos de atividade, sendo 6 anos de coleta e tratamento de dados do Facebook.

Esta é a última imagem da página ‘sobre a empresa’ de Onavo (Web Archive)

Abril

2 meses depois já temos uma informação que é de extrema relevância quando falamos de índole, caráter, viés, comprometimento, respeito.

O Facebook se prepara e faz um caixa para pagamento de multas por violações à privacidade. Veja, se você respeita o seu usuário, por qual motivo você faria um caixa para pagamento de multas?

Esta reserva realizada em Abril, trouxe ao Facebook uma diminuição no impacto financeiro ao receber a maior multa já aplicada na história, sendo ela US$ 5 bilhões, repito, US$ 5.000.000.000,00. Esta multa foi proferida em Setembro

Novembro

Pra encerrar o ano, Brian Acton volta às manchetes reiterando seu pedido #DeleteFacebook. Afinal, ninguém melhor do que ele para sugerir algo desse tipo, ele tem o lugar de fala. Ele acompanhou a evolução da sujeira.

2020

Este ano, aparentemente foi calmo ou deixei passar muitas coisas. Ano de pandemia, todos em casa, talvez as investigações estivessem em casa também. Apenas 1 polêmica, mais uma multa sobre violações de privacidade.

Esta, ocorreu no Canadá, e refere-se ao período de 2012 e 2018. Multa aplicada: CA$ 9 milhões.

2021

Janeiro

Facebook anuncia mudanças na política de privacidade do WhatsApp. Dentre as mudanças, o aplicativo detalha informações às quais tem acesso e detalha o que pode ser compartilhado com outras empresas do Facebook.

Março

A Apple já vinha se empenhando em recursos anti-face… digo, recursos pró-privacidade há tempos, entretanto, no iOS 14, ela introduziu diversos recursos que pudessem diminuir ainda mais o rastreamento realizado pelo Facebook, Google e quem mais quiser te rastrear sem que você permita.

Entretanto, parece que o Mark Zuckerberg se orgulha em dizer que consegue “burlar” os mecanismos de privacidade criados pela Apple:

É possível que possamos estar em uma posição mais forte se as mudanças da Apple encorajarem mais empresas a realizar mais comércio em nossas plataformas, tornando mais difícil para eles usarem seus dados para encontrar os clientes que gostariam de usar seus produtos fora de nossas plataformas

Mark Zuckerberg

Abril

A polêmica chega ao WhatsApp. Recapitulando, já estamos sem os seus fundadores originais, ou seja, Zuckerberg mandando e desmandando como bem quiser por meses.

O WhatsApp é questionado pelo Procon-SP sobre as mudanças na política de privacidade.

Ainda sobre coleta de dados do Facebook, porém, exclusivamente do WhatsApp, o principal regulador de proteção de dados da Alemanha para o Facebook (FB.O) disse que estava tomando medidas contra a rede social para impedir a coleta de dados pessoais de usuários de seu aplicativo de mensagens WhatsApp.

Agosto

Pela segunda vez… não, terceira? Ou quarta? Sei lá… já perdemos a conta, não é verdade? Mas que seja, mais uma vez, o Facebook está mudando as configurações de privacidade.

Já no WhatsApp, o Facebook decide que a nova política de privacidade será opcional, exceto para WhatsApp Business.

Setembro

Este é um mês marcante para o Facebook. Caso não se lembre, 2016 havia sido sancionado o RGPD, entrando em vigor em 2018, e agora, 3 anos depois de sua validade, a Europa já aplica a primeira multa por violações ao Regulamento. Uma multa de 225 milhões de Euros, a segunda maior multa já aplicada por infrações ao RGPD.

Ainda em setembro, as polêmicas não param, pois foi descoberta uma falha no app em que revelava informações confidenciais de vítimas aos seus invasores.

Antes de encerrar o mês, não bastou a multa e a falha, ainda houve a suspeita da criptografia ponta-a-ponta que aparentemente era mentira (embora tenham se defendido, sendo uma plataforma fechada, fica difícil provar)

Outubro

Como se não bastasse todas as polêmicas de privacidade, o Facebook se envolve em mais uma, dessa vez com crimes de, até, tráfico humano. O chamado Facebook Papers.

Meta

Depois de anos de escândalos e polêmicas, o Facebook tenta apagar da mente das pessoas o seu nome, com isso, opta por um novo nome, com um futuro mais claro, transparente, seguro e privado (hahaha), Meta. De agora em diante, esta matéria se referirá ao Facebook como Meta, pra que vocês entendam que nada mudou, além do nome.

Pra que saibam, que, mudou de nome, mas o dono ainda é o mesmo e que passem a associar as próximas polêmicas à Meta e que ela também tenha seu nome sujo como Facebook.

Novembro

Já o primeiro escândalo da Meta, sim, a mesma empresa de antes, é a coleta de dados de adolescentes para anúncios, a sujeira não para.

Dezembro

Pra fechar o ano, uma de espionagem. Aparentemente o WhatsApp segue inseguro, até porquê, ele praticamente não é atualizado. E como de costume, a Meta copia tudo o que tem no Telegram, nada dessa empresa é autêntico?

2022

Certo, estamos em Maio e temos o que dizer sobre a Meta? – SIIIIIIIIIMMMMM

O The Markup descobriu que quando você solicitava ajuda estudantil online, o formulário FAFSA continha código que enviava informações pessoais para a Meta.

Já a revista Vice informou que teve acesso a um documento vazado em que os engenheiros do Facebook informam não saber o que fazem com seus dados e nem para aonde eles vão.

E, como já comentado acima, o ex-diretor de negócios do WhatsApp cria uma thread no Twitter contando o seu arrependimento, no detalhe, da venda do WhatsApp para o Facebook. Cliquem no tweet e vejam ela completa, é muito interessante a trajetória.

Link para o tweet

E o mais recente, nossa Autoridade Nacional de Proteção de Dados concluiu a análise de adequação da nova política de privacidade do WhatsApp à LGPD. Sim, mais de 1 ano depois, ela concluiu a análise agora. E já posso adiantar que, para os padrões brasileiros, que “não vivem sem whatsapp”, é claro que o app está “em conformidade”, beira a piada, mas não é. O app é multado na Europa por violar o RGPD, mas aqui ele está em conformidade 🤣

Conclusão

Neste “documentário” você pôde acompanhar toda a infame trajetória do Facebook, agora Meta, e suas polêmicas, escândalos, sujeiras, manipulações e muito mais.

É possível entender o quão perigoso é usar ou fazer parte destas plataformas.

Suas “políticas de privacidade” são das mais escusas e complicadas possíveis, justamente para que o usuário não entenda nada e pare na primeira linha.

Os processos de requisição de dados também são obscuros e eu duvido que as informações que nos passam são exatamente todas que eles têm.

Agora que você já sabe tudo isso, continuar usando Facebook, Instagram e WhatsApp é com você.

Alternativas nós temos, porém deixo um site me que você mesmo as veja: https://nomorefacebook.xyz/

E embora este não seja o tópico ideal, também deixo alternativas ao Google: https://nomoregoogle.com/


Atualização 20 de Maio de 2022 às 14h01

A Meta (antigo Facebook Inc.) foi multada em 15 de março de 2022 em 17.000.000 (milhões) de euros por infringir o Art. 5 (2) e Art. 24 (1) do RGPD (Regulamento Geral de Proteção de Dados). A decisão é baseada em doze notificações de violações de dados que ocorreram entre 7 de junho de 2018 e 4 de dezembro de 2018. No decorrer de sua investigação, o DPC descobriu que a Meta não conseguiu demonstrar que havia tomado medidas técnicas e organizacionais adequadas para proteger os dados dos usuários da UE.


Atualização 29 de Maio de 2022 às 17h57

A primeira mudança de política de privacidade da Meta (não mais como Facebook, pois se fosse seria a quinta ou a sexta) começa a aparecer para alguns usuários, informando sobre alterações a partir de julho. Em um grande resumo, o diretor de privacidade, Michel Protti, informou que as alterações na política “não permitem que a Meta colete, use ou compartilhe seus dados de novas maneiras“.

Estas alterações valem apenas para o Facebook, Messenger e Instagram. Isto mesmo, WhatsApp está fora dessas alterações. Ainda, segundo a Forbes, o movimento #DeleteFacebook tem ganhado ritmo. Em meio a muita publicidade ruim, muitas pessoas estão percebendo que a rede social coleta uma enorme quantidade de dados e rastreia você muito mais do que é confortável.

Fonte: Forbes


Atualização 19 de JULHO de 2022 às 10h13

Dada a insistência em violar o RGPD, o Facebook corre o risco de ser banido em toda a União Europeia.


Atualização 23 de AGOSTO de 2022 às 17h10

Mais uma multa pra conta da Meta. O Facebook foi condenado pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) a pagar uma multa de R$ 6,6 milhões por ter vazado dados de usuários brasileiros. Esta multa é reflexo ainda do que aconteceu com o que lemos acima sobre o escândalo Cambridge Analytica.


Atualização 05 de SETEMBRO de 2022 às 17h02

Mais uma multa pra conta da Meta. O Instagram foi multado pelo DPC irlandês a pagar uma multa de €405 milhões por violações à privacidade de crianças. Só do RGPD soma-se €647 milhões.


Atualização 17 de SETEMBRO de 2022 às 12H37

Mais uma multa pra conta da Meta. A comissão de proteção de dados da Coreia do Sul multa a Meta Plataforms em ~US$ 22 milhões por violar a privacidade dos usuários do país.


Atualização 22 de SETEMBRO de 2022 às 10H52

É, quando o assunto é privacidade, não tem jeito, a Meta não tem esse compromisso com os usuários em hipótese alguma. Ainda não saiu uma nova condenação, mas há mais uma ação coletiva contra a Meta por burlar a Transparência no Rastreamento em Apps (App Tracking Transparency, ou ATT) para continuar ilegalmente rastreando usuários sem permissão. As informações são do Bloomberg Law.

Desde o iOS 14, a ATT exige que os aplicativos para iOS somente rastreiem a atividade de usuários com a devida anuência.

Vamos ver no que vai dar…


Atualização 12 de Janeiro de 2023 às 10H04

O ano mal começou e a Meta já bateu a Amazon, sendo agora a campeã, a Top 1 em valores pagos por violações à privacidade.

No dia 04 de Janeiro, mais uma multa de €390 milhões. Ultrapassando a casa dos €960 milhões. É um motivo para comemorar?

Somente da Meta Plataforms


Atualização 22 de maio de 2023 às 12h01

Como vimos acima, não faltava muito para que a Meta superasse a Amazon em valores de multas por violação de privacidade. Agora, não só superou em valores totais como superou em valores de aplicação única.

Quero dizer que, hoje, a Meta foi multada em 1.2 bilhão de Euros pelos mesmos motivos em que já foi multada antes. Não importa o valor neste caso, importa a conduta. A Meta, simplesmente ignora as leis, porém, como vimos acima, quando uma empresa faz um caixa de 3 bilhões de dólares para pagamento de multas por violação de privacidade, ela não está muito preocupada em seguir as regras.

É possível afirmar que a Meta é o serviço que hoje mais viola dados pessoais e privacidade de seus usuários.

Valor total em multas (até hoje): €2.1 bilhões


Fontes: 9to5mac, CNN, Reuters, Forbes, CBS.


Atualização 01 de agosto de 2024 às 09h41

A Meta, empresa controladora do Facebook e do Instagram, concordou com um acordo recorde de US$ 1,4 bilhão com o Texas na terça-feira, sob alegações de que havia coletado ilegalmente informações de reconhecimento facial de milhões de usuários, violando a lei estadual.

A Meta violou as leis de privacidade do estado do Texas ao marcar automaticamente os rostos dos usuários em seu site, de acordo com uma ação movida em 2022. O acordo é o maior acordo de privacidade de um estado dos EUA, disse o procurador-geral do Texas, Ken Paxton.

“Este acordo histórico demonstra nosso compromisso de enfrentar as maiores empresas de tecnologia do mundo e responsabilizá-las por infringir a lei e violar os direitos de privacidade dos texanos”, disse Paxton em um comunicado. O processo cobriu a coleta de dados de milhões de residentes do estado. “Qualquer abuso dos dados confidenciais dos texanos será recebido com toda a força da lei”, acrescentou.

A Meta e outros gigantes da tecnologia estão sob intenso escrutínio de reguladores e consumidores nos últimos anos por abusos de privacidade. Os estados tornaram-se cada vez mais agressivos na adoção e aplicação de leis de privacidade e outras leis de tecnologia, principalmente na ausência de uma lei federal de privacidade. Texas, Illinois e Washington têm leis de privacidade biométrica que restringem a coleta de dados faciais, de voz e outros dados biométricos.

A Meta pagou anteriormente a Illinois US$ 550 milhões em 2020 para resolver um processo semelhante sobre reconhecimento facial. A empresa está enfrentando mais de uma dúzia de ações judiciais dos procuradores-gerais de 45 estados e do Distrito de Columbia acusando a Meta de enredar injustamente adolescentes e crianças no Instagram e no Facebook, enquanto engana o público sobre os perigos.

A lei do Texas, chamada Captura ou Uso de Identificador Biométrico, exige que as empresas peçam permissão antes de usar recursos como tecnologias de reconhecimento facial ou de voz. A lei permite que o estado imponha danos de até US $ 25.000 por violação.

Valor total em multas (até hoje): €3.4 bilhões

Fonte: NY Times


Um agradecimento especial aos jornalistas que viabilizaram conteúdos ricos e isentos ao longo desses anos para que eu conseguisse agregá-los aqui. Resumidamente às mídias: Tecnoblog (em sua maioria), Canaltech, Olhar Digital, MacMagazine, The Hack, Genbeta, Tech Crunch, The Markup, Vice, The Guardian, Reuters, Tecmundo, Forbes, The Telegraph.



Gustavo Saez